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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Anac suspende proprietária do helicóptero que transportava Boechat.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu nesta quarta-feira, 13, a empresa proprietária do helicóptero que caiu na segunda-feira, 11, em São Paulo, vitimando o jornalista Ricardo Boechat. Também chamada de RQ Helicópteros, a RQ Serviços Aéreos Especializados fica sediada na capital paulista e tinha como um dos sócios o piloto Ronaldo Quattrucci, que também morreu no acidente. A determinação inclui, ainda, a interdição de todas as aeronaves da empresa.
A decisão considerou que há “indícios” de que a empresa prestava serviços de táxi-aéreo irregularmente, pois tem autorização apenas para registro de imagens e não pode realizar transporte de passageiros remunerado. O processo de investigação foi aberto já na segunda-feira.
Em 2018, a RQ Helicópteros foi multada em R$ 8 mil por um processo aberto em 2011 pela Anac, que identificou a “promoção de propaganda irregular de serviços de voos panorâmicos remunerados” em um site, embora fosse autorizada apenas para realizar “serviços aéreos de aerofotografia, aeroreportagem e aerocinematografia”. Mesmo com a decisão, a empresa continua anunciando os serviços de táxi aéreo e voos panorâmicos em seu site.
Além disso, o processo relata que uma das aeronaves da empresa foi flagrada realizando voos panorâmicos “utilizando aeronave inadequada e sem autorização da autoridade de aviação civil” . “A RQ Serviços Aéreos Ltda não é uma empresa certificada e autorizada a realizar serviços aéreos de transporte de passageiros”, diz a decisão. O Estadão tentou entrar em contato com a RQ Helicópteros, mas não obteve retorno.
Ainda segundo a Anac, a aeronove que caiu estava em situação regular, com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido até maio de 2023 e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia até maio de 2019. O helicóptero, de matrícula PT-HPG, foi fabricado pela Bell Helicopter.
A Anac também enviou ofícios para as empresas envolvidas na contratação do voo em que estava Boechat. A Libbs Indústria Farmacêutica, a Zum Brazil Eventos e a RQ Serviços Aéreos Especializados têm prazo de cinco dias úteis para responder a partir da publicação do texto no Diário Oficial da União, o que ainda não ocorreu.
Em nota, a Zum Brazil afirmou que “sempre faz uma seleção criteriosa de todos os seus prestadores de serviço”. “A Zum Brazil contratou a RQ Serviços Aéreos Especializados Ltda, que está em situação regular e possui todas as certificações exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, disse.
Também em nota, a Libbs afirmou que todos estão “profundamente consternados com o falecimento do nosso querido Ricardo Boechat, ícone e referência internacional do jornalismo”. “Ele foi convidado para participar da nossa convenção, em Campinas, neste dia 11, e, como é comum em suas aparições, abrilhantou e fortaleceu a relevância do nosso encontro. Durante 40 minutos ele esteve conosco em um bate-papo no qual imprimiu seu estilo, sempre autêntico e verdadeiro”, diz o comunicado.
FAB e Polícia investigam causas do acidenteA polícia de São Paulo e a Força Aérea Brasileira (FAB) investigam os motivos para a queda do helicóptero em que estava o jornalista Ricardo Boechat. Na parte policial, as investigações se concentram no 46º Distrito Policial (Perus), no qual foram ouvidos o motorista do caminhão atingido pelo helicóptero e a testemunha Liliane Rafael da Silva.
Na terça-feira, 12, a concessionária CCR entregou imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento da queda, quando a aeronave perde altura rapidamente. Segundo o delegado titular do 46º DP, Luis Roberto Faria Hellmeister, o vídeo indica que a queda deve ter sido motivada por falha técnica. A princípio, não serão ouvidas novas testemunhas.
Um laudo será elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à FAB. Em nota, o órgão informou que os destroços do helicóptero foram encaminhados para análise no Parque Aeronáutico de São Paulo.
Na segunda-feira, investigadores do Cenipa foram ao local da queda para realizar uma “ação inicial da ocorrência”, em fez fotografias, retirou de partes da aeronave, reuniu documentos e ouviu testemunhas. “A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Cenipa terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente.”
agorarn.

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