Executivos da JBS mal haviam acordado na sexta-feira (17) quando mensagens em seus celulares começaram a pulular. A gigante do setor de alimentos e maior produtora de carne bovina do mundo era um dos alvos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF (Polícia Federal) no início daquela manhã.
Nas horas que se seguiram, a cúpula da empresa, na sede brasileira em São Paulo e na base americana no Colorado, ficaria dedicada a entender a extensão do problema – a operação mirou 32 companhias – e dividir-se para tentar tranquilizar clientes e investidores ao redor do mundo.
Os telefones da empresa tocaram incessantemente. Eram ligações de varejistas, grandes supermercados e redes de fast food, que compram carne ou industrializados da JBS. A empresa é dona de uma miríade de marcas, entre elas Friboi e Seara.
Ao contrário de outras operações que envolveram o grupo nos últimos meses (veja quadro acima), a divulgação da Carne Fraca lançou dúvidas, num primeiro momento, sobre a qualidade do produto da companhia, que vende ao mercado interno e exporta para mais de 150 países. A JBS, porém, não teve fábricas interditadas e não há menção no relatório da PF a irregularidades sanitárias da companhia, como a venda de produtos estragados.
Na noite de sexta, executivos da JBS, que teve receitas de R$ 170 bilhões em 2016, diziam haver incerteza sobre os prejuízos práticos da investigação para o negócio. O alto escalão da JBS compartilhava, porém, duas certezas: o dano à imagem da empresa era real e a turbulência não se encerraria naquele dia.
O Sul.
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