O teste sorológico que confirma o diagnóstico do vírus da zika em até 20 minutos foi aprovado nesta segunda-feira (30) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e já pode ser produzido e comercializado.
Pioneiro, o primeiro teste rápido para detecção do zika foi desenvolvido pela Bahiafarma, fundação ligada à Secretaria de Saúde da Bahia, e pela empresa coreana Genbody Inc. ao longo dos últimos dez meses.
O novo teste promete solucionar um dos principais gargalos para o mapeamento e controle epidemiológico do zika: a dificuldade de um diagnóstico preciso da doença de forma rápida e barata.
Até então, o diagnóstico da infecção pelo zika vírus tem sido feito pela técnica laboratorial PCR, com a detecção da presença do próprio vírus na circulação sanguínea.
Esse procedimento pode durar semanas e que custa dez vezes mais que o teste rápido. Além disso, identifica a presença do zika apena na fase inicial da doença.
Já teste sorológico rápido não identifica o vírus em si, mas a presença de seus anticorpos, permitindo o diagnóstico em qualquer fase da doença.
“É uma ferramenta de diagnóstico muito mais eficiente, pois consegue identificar a doença a partir do sexto dia da doença, que é quando as pessoas costumam procurar o posto de saúde”, disse à reportagem o presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias.
COMERCIALIZAÇÃO
No teste, é verificado se a amostra de soro do paciente reage ao anticorpo IgM, identificando infecções com até duas semanas, a ao anticorpo IgG, que identifica se o paciente foi infectado há mais tempo.
Com a autorização concedida pela Anvisa, a Bahiafarma negocia a comercialização dos testes com o Ministério da Saúde. A expectativa é que haja uma demanda de inicial de 500 mil testes por mês.
O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 17 de maio, aponta 120.161 prováveis casos de vírus da zika registrados neste ano no país. Destes, 39.993 foram confirmados.
A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele, está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros.
Folha Press
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