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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Derretimento da Antártica é seis vezes maior do que há 40 anos, revela estudo da Nasa.

Foto: Pixabay
A perda anual de gelo na Antártica já é seis vezes maior do que era há 40 anos e está se acelerando. É o que aponta um dos mais abrangentes estudos de mudanças climáticas produzidos no continente, elaborado pela Nasa.
O estudo internacional utilizou fotos aéreas, dados de satélites e modelos climáticos da década de 1970 em todas as regiões da Antártica para obter o quadro mais completo dos impactos das mudanças climáticas até o momento. O derretimento do gelo local já elevou o nível do mar em 1,4 centímetro desde 1979. Se mantida a tendência, o aquecimento poderá ser responsável por um maior aumento no futuro.
A pesquisa mostrou que, entre 1979 e 1990, o continente perdeu, em média, cerca de 40 bilhões de toneladas de gelo por ano. Entre 2009 e 2017, a perda chegou a 252 bilhões de toneladas por ano. Isso fez com que o nível dos mares aumentasse 3,6 milímetros a cada década.
— Nós estamos falando apenas da ponta do iceberg. Enquanto a massa de gelo da Antártica continuar a derreter, o nível do oceano deverá aumentar vários metros nos próximos séculos — disse Eric Rigton, professor da Universidade da Califórnia, em Irvine, e autor do estudo publicado na Nature Geoscience.
Contrariando ‘céticos’
A nova pesquisa fornece uma análise das mudanças na perda de gelo em diferentes locais da Antártica e ajuda a entender a confusão que levou alguns céticos da mudanças climáticas a acreditar que gelo do continente estaria aumentando, diferentemente do apontado pela pesquisa.
Alguns estudos anteriores sugeriram que a cobertura de gelo está aumentando no leste do continente com rapidez suficiente para cancelar as perdas da parte oeste mais visíveis, particularmente na extensão do gelo marinho.
A última pesquisa aponta que a perda de gelo no leste da Antártica contribuiu significantemente para o aumento do nível do mar, mas ela aponta que outros estudos devem ser feitos sobre os fatores que causam esse impacto.
— A área da Terra Wilkies, no leste da Antártica, sempre foi, no geral, um importante participante na perda de massas, mesmo nos anos 1980, como a nossa pesquisa mostrou. Essa região é provavelmente mais sensível ao clima do que tradicionalmente se supõe e isso é importante saber, uma vez que tem mais gelo do que o oeste e a península da Antártica juntos — diz Rignot.
Os pesquisadores não encontraram nenhuma mudança significativa na queda de neve no continente, mas constataram que o aquecimento do nível do mar tem impulsionado a acelerada perda de gelo. Isso tem aumentado as taxas de derretimento das geleiras ao redor das bordas dos continentes.
— Na medida em que o aquecimento do clima e o esgotamento do ozônio enviam mais calor para esses setores, eles seguirão contribuindo para o aumento do nível do mar na Antártica nas próximas décadas — explica.
O Globo

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