A defesa de Sérgio Cabral (MDB) pediu nesta quarta-feira (8) ao ministro Gilmar Mendes, relator dos casos da Lava-Jato do Rio de Janeiro no STF (Supremo Tribunal Federal), que seja concedida a liberdade ao ex-governador, prisão domiciliar ou transferência para uma sala de Estado Maior. Não há prazo para o ministro Gilmar Mendes analisar a questão. Cabral está preso desde novembro de 2016 e atualmente está em cela coletiva no presídio de Bangu 8.
Os advogados pediram que Cabral seja beneficiado pela mesma decisão que soltou Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio, preso junto com o ex-governador. Gilmar Mendes mandou soltar Braga em maio deste ano. “Rogando o deferimento, reforça-se o pedido de concessão liminar do pedido para que o requerente/paciente seja contemplado com a extensão da ordem já concedida ao corréu Hudson Braga, em quaisquer das três dimensões postuladas: liberdade, prisão domiciliar ou determinação de transferência do ex-governador a uma sala de Estado Maior”, afirmou a defesa na solicitação.
No documento, a defesa afirma que “teve de travar batalhas” com o general Walter Souza Braga Netto, interventor federal na segurança do Rio, e com a Vara de Execuções Penais, na tentativa de conseguir a transferência para uma sala de Estado Maior. Mas, até agora, não obteve êxito.
Alega ainda que não há risco de fuga de Cabral, até porque ele não poderia abandonar a família, especialmente os filhos menores. “Beira o histriônico suspeitar-se que o ex-Governador mais votado e conhecido do Rio de Janeiro, poderia, sequer empreender fuga ou de alguma forma frustrar eventual aplicação da lei penal. Além de um rosto mundialmente conhecido – impossível de passar despercebido em qualquer parte do mundo – o peticionário é homem de meia-idade, pai de cinco filhos (dois dos quais são menores), com pais vivos, todos residentes no Rio de Janeiro, onde foram nascidos e criados”, escreveram os advogado Renata Alves de Azevedo e Rodrigo Roca.
Disseram também que ele deixou o governo em abril de 2014, “não tendo mais qualquer ingerência ou participação na gestão do Estado do Rio de Janeiro – ou em qualquer outro – desde então”. Assim, não há risco de voltar a supostamente cometer os crimes dos quais é acusado. Cabral é acusado de chefiar uma organização criminosa e responde a mais de 20 processos da Lava-Jato. Ele já teve seis condenações em primeira instância.
O Sul.
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