Um medicamento já usado contra a malária pode ser eficaz para blindar o cérebro de fetos contra a infecção pelo vírus da zika. Estudos em laboratório mostraram que a cloroquina protegeu neurosferas, estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação, em até 95%. O trabalho de pesquisadores dos Institutos de Biologia e de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa está disponível na bioRxiv – rede pública de compartilhamento de estudos científicos inéditos, mas ainda não revisados por profissionais independentes.
As estruturas foram expostas ao zika e depois tratadas, por cinco dias, com cloroquina em diferentes concentrações. Os testes mostraram que a droga inibiu a infecção e reduziu o número de neurônios infectados, protegendo-os contra a morte pelo vírus. A cloroquina baixou a quantidade de células infectadas entre 65% e 95%, em comparação com as não tratadas.
“Nossos resultados sugerem que a ação da cloroquina contra o zika deve ser imediatamente avaliada in vivo e, se tudo der certo, vai atenuar os danos cerebrais devastadores da síndrome congênita do zika e as lesões neurológicas em adultos”, diz o artigo, assinado por Rodrigo Delvechio, Stevens Rehen e Amílcar Tanuri, entre outros pesquisadores.
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