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sábado, 23 de abril de 2016

Venezuela ficará 4h diárias sem luz.

A partir desta segunda-feira, a Venezuela terá cortes de energia de quatro horas diárias durante 40 dias em seus dez estados mais populosos e industrializados – anunciou o governo, que culpa a seca provocada pelo fenômeno El Niño. “Cada usuário terá uma suspensão temporária de quatro horas diárias. O plano vai durar aproximadamente 40 dias. É o tempo para começar a conter a queda no volume da principal hidrelétrica do país”, declarou o ministro de Energia Elétrica, Luis Motta, à emissora local.
Motta disse que quase 60% do consumo total de eletricidade está na zona residencial, o que afeta severamente o nível da central hidrelétrica El Guri, que fornece 70% da energia do país.
O ministro alegou que restringir a eletricidade é necessário “para preservar a água que ainda resta em Guri, afetada pela forte seca e pelo fenômeno climático El Niño”. “O plano (de racionamento) vai durar aproximadamente 40 dias (…), até se chegar à segunda semana de maio e ao período de chuva”, disse Motta.
O país com as maiores reservas de petróleo do mundo, que viveu uma dura crise elétrica em 2010, sofre apagões e racionamentos de água, aumentando as dificuldades do dia a dia. Na quinta-feira, Motta informou que o racionamento afetará os estados de maior consumo: Zulia, Gran Caracas, Carabobo, Aragua, Lara Bolívar, Miranda, Barinas, Monagas e Falcón.
Até o momento, Caracas estava a salvo dos apagões que afetam o interior do país há vários anos, e o único plano de racionamento desenhado para a capital do país, em 2010, foi suspenso após poucos dias.
A partir de 1º de maio, os relógios serão adiantados em meia hora na Venezuela, com o país retornando ao horário que vigorou até 9 de dezembro de 2007, quando o então presidente Hugo Chávez fixou a hora em -4h30 GMT, em outra medida para poupar energia.
O governo também declarou as sexta-feiras dia de folga para o setor público nos próximos dois meses. Além disso, a carga horária de trabalho em ministérios e empresas públicas foi reduzida durante a semana. Na Semana Santa, os setores público e privado foram liberados de trabalhar, o que, segundo o governo, teve um resultado bem-sucedido para poupar energia.
No início do mês, Maduro decretou a ampliação para nove horas diárias o racionamento de energia para grandes consumidores, como os hotéis, que devem gerar sua própria eletricidade. A medida teve início em fevereiro, por quatro horas, e levou as lojas a encurtar seu horário de funcionamento.
Analistas econômicos advertem que tais medidas afetam a produtividade de um país que já enfrenta uma aguda crise econômica, recessão, a mais alta inflação do planeta (180% em 2015) e escassez de alimentos.

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