Em conversas reservadas, ministros do Supremo Tribunal Federal admitem que o pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ganhar prioridade na pauta de julgamentos das próximas semanas.
Nas palavras de um ministro, enquanto a Câmara ainda analisava o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff “ficava difícil” julgar esse caso porque poderia parecer uma interferência do STF noutro poder.
Mas agora, com a definição pela Câmara, que aprovou a continuidade do processo no Senado, não há motivos, segundo esse ministro, para o STF adiar a análise do caso.
O pedido de afastamento de Cunha foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no final do ano passado, às vésperas do recesso do Supremo. No início do ano, o tribunal decidiu transformar Cunha em réu, dentro da Operação Lava Jato.
Na avaliação de integrantes do Supremo, ficava difícil afastar Cunha antes de ele se tornar réu. Agora, porém, estariam dadas as condições para plenário do STF analisar o pedido de Janot.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, está debruçado sobre o caso de Eduardo Cunha, a fim de fundamentar bem o seu voto. Dentre os 11 ministros, já haveria pelo menos cinco votos favoráveis ao afastamento de Cunha da presidência da Câmara.
O sinal de que Teori voltou a se debruçar sobre o caso Cunha foi a autorização que ele deu na segunda-feira para a abertura de dois novos inquéritos a fim de investigar suposta ligação do presidente da Câmara com o esquema de corrupção na Petrobras.
Blog do Camarotti – G1
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