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segunda-feira, 3 de abril de 2017

RN tem mais longa estiagem em 100 anos; Natal passa por racionamento.

Francisca Ferreira depende de moradora do bairro que tem poço e revende água (Foto: Thyago Macedo / G1
A mais longa estiagem dos últimos 100 anos no Rio Grande do Norte está mudando a vida dos potiguares. Pela primeira vez na história, Natal passa por um racionamento de água. O rodízio começou no dia 8 de fevereiro deste ano e atinge cerca 70% dos 350 mil habitantes da Zona Norte da cidade, a região mais populosa da capital. “Nunca vivemos uma coisa dessas. A gente não tem água. Se Deus tiver compaixão da gente, as coisas vão melhorar”, diz, esperançosa, dona Francisca Ferreira, de 65 anos, moradora da comunidade da África.
G1 mostra, em uma série de reportagens, uma pequena amostra da realidade vivida na região - e as muitas saídas que encontra para conseguir sobreviver. Confira aqui as histórias, contadas em cada um dos nove estados do Nordeste brasileiro.
Dona Francisca mora em uma casa simples. Na rua, de barro, uma mangueira verde se estica entre as casas. Ela é a fonte de água da vizinhança. Uma das moradoras tem um poço e cobra taxas para abastecer os vizinhos.
Na morada de dona Francisca, os depósitos armazenam toda a água que ela terá na semana, até ter dinheiro para comprar mais. Um tonel, alguns baldes e muitas decisões. O racionamento a obriga a escolher o dia que lavará roupa, o dia que tomará banho e o dia que terá água potável para beber. "Quando eu não tenho dinheiro para pagar, peço aos meus filhos."
Em outro ponto da Zona Norte, dona Josefa Bezerra manda os netos "lá para dentro", arruma o cabelo, pede desculpas pela bagunça, e mostra a situação que vive com o racionamento da água. Ela mora em uma rua na parte alta do bairro de Nossa Senhora da Apresentação, com isso, a água demora mais para chegar ao encanamento.
Josefa Bezerra mora em parte alta de bairro e água demora mais a chegar (Foto: Thyago Macedo / G1)
A medida foi tomada quando o nível da lagoa atingiu 37,8% da capacidade, o que podia comprometer o ponto de captação. O rodízio funciona em regime de escala, onde a cada dois dias os locais afetados recebem água. “O rodízio acontece para prevenir o esvaziamento da Lagoa de Extremoz neste momento em que as chuvas ainda não chegaram”, explica Lamarcos, que ressalta o modo de operação do rodízio: “Acontece com um dia de abastecimento e dois dias sem”.
Dede o início da operação, o nível da lagoa já chegou a atingir 60% da capacidade, mas, segundo Lamarcos, está há duas semanas se mantendo com 50% da totalidade. "O nível da lagoa tem se mantido com essa capacidade de bombeamento. Apesar do rodízio, não vemos uma crise. Existem dificuldades pontuais, mas, em geral, conseguimos passar por esse período crítico", afirma Lamarcos.
Lamarcos Teixeira, gerente da Caern, explica funcionamento do rodízio de água (Foto: Thyago Macedo / G1)Do G1 RN

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