A corrupção é de longe o comportamento que mais atrapalha o desenvolvimento do Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria organizacional Crescimentum em parceria com o Datafolha.
Elaborada a partir de entrevistas com mais de 2,4 mil pessoas acima de 16 anos, em todas as regiões do País, a pesquisa revela as principais percepções do brasileiro médio em relação a valores pessoais e a comportamentos que acredita serem próprios do Brasil.
De um universo de 2.422 entrevistados, 1.754 apontaram a corrupção como a principal fator de preocupação no País, seguido de violência (1.504), pobreza (1.292), agressividade (1.118) e degradação do meio ambiente (1.026). No aspecto pessoal, os comportamentos mais valorizados pelos brasileiros são: amizade (1.096), alegria (1.020), honestidade (1.014) humildade (934) e família (881).
A pesquisa mostra ainda o País que o brasileiro gostaria de ver no futuro e os valores apontados como prioridades para o Brasil. No topo da lista aparece o item cuidados com a saúde, seguido por Justiça (739), paz (729), oportunidades de emprego (696) e cuidado com pessoas idosas.
De acordo com o diretor da Crescimentum, Guilherme Marback, quando comparada à pesquisa anterior, realizada em 2010, o brasileiro se mostra um indivíduo mais consciente da responsabilidade por seus próprios problemas e menos ligado à lógica do paternalismo. “O brasileiro de 2017 sente-se mais empoderado, confiante, e passou a valorizar a educação como meio de transformação pessoal, talvez até mais que o funcionamento das instituições do país onde vive”, afirma.
Segundo ele, um indicativo disso é a troca de valores considerados mais desejados. “Sai Justiça social, redução da pobreza e moradia para entrar com maior importância oportunidades de emprego. Aparece também com grande importância as oportunidades educacionais, que começam aparecer como preocupação inclusive nas camadas mais pobres, um indicativo substancial de transformação”, acrescenta.
Burocracia
A burocracia atrapalha tanto a rotina das empresas quanto a do cidadão comum, segundo duas pesquisas divulgadas neste mês pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A maioria da população (84%) considera o país burocrático. E para 75%, o excesso de burocracia é um estímulo à corrupção. Quase 80% (77%) disseram também que a burocracia dificulta a compra de bens como veículos e imóveis. Apenas 36% dos entrevistados avaliam que o governo tem sido capaz de implementar políticas de desburocratização.
Já entre as empresas, 90,2% disseram que o excesso de burocracia abre espaço para a corrupção. Para 94,7%, a burocracia dificulta o desenvolvimento econômico, e para 91,4% ela também afeta a competitividade das empresas.
O Sul.
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