TEL-AVIV – Shimon Peres, vencedor do Prêmio Nobel da Paz e um dos maiores nomes da política israelense, morreu nesta quarta-feira aos 93 anos. Ele estava hospitalizado desde o dia 14 de setembro, após ter sofrido um acidente vascular cerebral. Com uma carreira de quase 70 anos, Peres ajudou a construir o Estado de Israel, foi várias vezes ministro, duas vezes premiê e é tido como um dos grandes nomes por trás das negociações de paz com os palestinos.
Após ser internado, seu estado de saúde era considerado gravíssimo. Na terça-feira, seu médico havia informado que a situação do ex-primeiro-ministro era grave. Segundo o diagnóstico feito na clínica em Tel-Aviv, onde ele estava internado, Peres teve dano cerebral grave e seus órgãos começaram a apresentar sinais de falência.
Durante as duas últimas semanas, ele chegou a ter uma melhora, mas ontem a família revelou que Peres vivia “suas últimas horas” e vários parentes já estavam prestando suas últimas homenagens.
Políticos da oposição e membros do gabinete do atual primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, também foram ontem se despedir pessoalmente do ex-líder do país, idolatrado nacionalmente por seu papel na fundação do Estado israelense.
Patriarca. Nascido em Vishnyeva, na Bielo-Rússia – na época, a cidade se chamava Wiszniew e era parte da Polônia –, Peres se mudou para Tel-Aviv, então na Palestina, com 11 anos. Sua carreira na política começou com trabalhos comunitários em kibutzim e integrou a juventude do movimento trabalhista, de tendências socialistas.
Mais tarde, foi um dos artífices dos Acordos de Paz de Oslo, em 1993, negociação que até hoje mais aproximou Israel e Palestina da paz. pelo esforço, Peres recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1994 ao lado do então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin e do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat.
Último político da geração dos pais fundadores de Israel ainda vivo, Peres, ministro em diversos governos trabalhistas, assumiu em várias ocasiões as funções de primeiro-ministro e a de presidente, entre 2007 e 2014.
Longevidade. Aos 93 anos, o ex-primeiro-ministro era uma figura bastante ativa na política israelense, principalmente por meio de seu Centro Peres para a Paz, que promove a convivência entre judeus e árabes. De acordo com ele, o segredo de sua longevidade era fazer exercícios diariamente, comer pouco e beber uma ou duas taças de um bom vinho. / REUTERS, AP, NYT e AFP
agorarn
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