A presidente afastada, Dilma Rousseff, vai usar declarações da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), líder do governo no Congresso, em sua defesa na comissão do impeachment no Senado.
Em entrevista à rádio “Itatiaia” neste sábado (25), a senadora afirmou que, em sua opinião, Dilma não foi afastada do cargo por causa das pedaladas fiscais, mas sim em razão da crise política.
Em entrevista à rádio “Itatiaia” neste sábado (25), a senadora afirmou que, em sua opinião, Dilma não foi afastada do cargo por causa das pedaladas fiscais, mas sim em razão da crise política.
“Porque o governo saiu? Na minha tese, não teve esse negócio de pedalada, nada disso. O que teve foi um país paralisado, sem direção e sem base nenhuma para administrar. A população não queria mais e o Congresso também não dava a ela [Dilma] os votos necessários para tocar nenhuma matéria”, disse Rose de Freitas na entrevista.
O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, afirmou à Folha que vai transcrever as frases e anexar o discurso da senadora na defesa da petista. Na opinião de Cardozo, a fala de Rose de Freitas prova que houve “desvio de poder” na abertura do processo de impeachment.
“A senadora foi muito transparente. Até porque, de fato, sendo presidente da Comissão Mista do Orçamento, estudou profundamente a matéria. É a prova, portanto, que não há fundamento para o impeachment, reforçando a tese da existência do desvio de poder que alimenta esse processo desde o início”, disse Cardozo. “Vamos degravar o áudio e vamos juntá-lo como importante prova da defesa”, completou.
Apesar das declarações, a senadora afirmou na entrevista que não vê espaço para Dilma reverter votos no Senado e voltar ao Palácio do Planalto. Ela precisa de 26 votos para não ser definitivamente cassada. Na primeira etapa do processo no Senado conseguiu 22.
PROCESSO.
PROCESSO.
A senadora disse ainda à rádio “Itatiaia” que “não levaria” para o governo interino de Michel Temer “ninguém que tivesse qualquer processo”, em referência aos três ministros que caíram após envolvimento com as investigações da Lava Jato: Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
“Eu, como presidente, não levaria ninguém que tivesse qualquer processo, ainda que a pessoa fosse inocente, eu esperaria o tempo para ela se comprovar inocente para depois voltar ou ser nomeada”, explicou a senadora. Para ela, o Temer “tinha mais proximidade e conhecia melhor essas pessoas” e, “portando acho que não comprometerá o presidente se ele estiver trabalhando com a folha corrida limpa e estiver disposto a ajudar o Brasil”.
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