A população do Rio Grande do Norte empobreceu quase 2% nos últimos 12 meses, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou na última quarta-feira (5) a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), relatório sobre o quadro social do Brasil.
O levantamento mostra que em apenas um ano, o número de potiguares vivendo em situação de extrema pobreza aumentou 1,8%. Ou seja, o percentual de habitantes do estado nesta condição subiu de 9,9%, em 2016, para 11,7%, em 2017.
Diante disso, pode-se afirmar que aproximadamente 66 mil pessoas no RN estão abaixo da linha da extrema. De acordo com as definições do Banco Mundial, as pessoas nessa situação são aquelas com rendimento inferior a US$ 1,90 por dia ou R$ 140,00 mensais.
Além de potiguares na extrema pobreza, também houve aumento da proporção daqueles que vivem abaixo da linha de pobreza, índice que mapeia aqueles que vivem com US$ 5,5 por dia ou R$ 406,00 por mês. Se em 2016, 36,9% da população estava nessa situação, em 2017 o percentual subiu para 39%, o que indica que pouco mais de 1,3 milhão sobrevivem com pouco mais de R$ 400,00 mensais.
O SIS aponta que o aumento de pessoas com rendimentos abaixo do ideal em Natal é ainda maior do que no restante do estado. A proporção de habitantes na faixa de extrema pobreza na capital potiguar subiu de 4,2% em 2016 para 9,1% ano passado. Dessa forma, o IBGE indica que 80,4 mil natalenses vivem com até R$ 140,00 por mês. Já uma população de 259,8 mil pessoas vive com até R$ 406,00 mensais.
O resultado dessa queda na qualidade de vida da população potiguar é vista como consequência do aumento do desemprego que assola, além do Rio Grande do Norte, todo o Brasil.
Entre 2012 e 2014, o número de trabalhadores no país aumentou 3,1%, para depois recuar 1,1% nos três anos seguintes. De 2012 a 2017, as quatro atividades que perderam trabalhadores foram Agropecuária (-15,9%), Administração pública (-12,14%), Indústria (-7,9%) e Construção (-6,4%). Já os Serviços domésticos (0,7%) percorreram uma trajetória inversa: redução de 2,9% até 2014 e elevação de 3,7% de 2014 a 2017.
De 2012 e a 2017, o rendimento médio habitual mensal da população ocupada cresceu 2,4%, em termos reais, passando de R$ 1.992,00 para R$ 2.039,00. Administração pública (14,6%), Agropecuária (11,9%) e Serviços domésticos (9,7%) foram as atividades que apresentaram maiores crescimentos. Por outro lado, Construção (-0,7%), Comércio e reparação (-7,1%) e Demais serviços (-3,8%) registraram quedas no rendimento médio.
Segundo a posição na ocupação, os Empregadores possuíam o rendimento médio mensal mais elevado (R$ 5.211,00) e o mais baixo, os Empregados sem carteira de trabalho assinada (R$ 1.158,00), que recebiam o equivalente a 56,8% do rendimento do Empregado com carteira (R$ 2.038,00).
Por Fabiano Souza/Jornal de Fato.
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