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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Novos áudios abrem crise entre PGR e STF.

Áudios revelados pelo Ministério Público, entre os delatores da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, abriram crise entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro confronto ocorreu na última segunda-feira, 4, quando o chefe do MPF, procurador Rodrigo Janot, declarou que novos áudios cedidos à PGR traziam fatos graves contra ministros da Suprema Corte.
O ministro Marco Aurélio Melo criticou a publicidade do conteúdo dos áudios sem mencionar quem estaria envolvido. “Que se dê nome aos bois”, cobrou.
Revelado o conteúdo das gravações, após quebra do sigilo dos áudios pelo relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, o ministro Gilmar Mendes subiu o tom das críticas a Janot.
“O procurador-geral da República, mais uma vez, deu curso à sua estratégia de delinquente e fez uma chantagem com o Supremo Tribunal Federal”, rebateu Mendes.
Ainda na segunda-feira, Janot tinha aberto processo de investigação interna que pode retirar benefícios de pelo menos três delatores do grupo J&F. A decisão foi tomada com base no áudio de uma conversa entre Joesley e Saud, entregue à Procuradoria-Geral da República, no dia 31 de agosto (veja quadro).
Janot afirmou que a conversa entre os delatores revelou indícios de “crimes gravíssimos” envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que foi auxiliar de Janot e atuou no grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília de maio de 2015 a julho de 2016. O resultado da investigação, disse Janot, “pode ser rescisão do acordo com perda total da premiação”.
“Além disso, há trechos no áudio que indicam a omissão dolosa de crimes praticados pelos colaboradores, terceiros e outras autoridades, envolvendo inclusive o Supremo Tribunal Federal”, afirma pedido entregue por Janot.
Reação
Em pronunciamento gravado ontem, a ministra Carmen Lúcia, que preside o STF, exige que a Polícia Federal e a PGR façam uma “investigação imediata” das menções feitas pelo empresário Joesley e Saud a integrantes da Corte.
 “Agride-se, de maneira inédita na história do País, a dignidade institucional deste Supremo e a honorabilidade de seus integrantes. Impõe-se, pois, com transparência absoluta, urgência, prioridade e presteza na apuração clara, profunda e definitiva das alegações”, exigiu.
Com informações O Povo. 

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