O revezamento da tocha olímpica vai terminar apenas daqui a 24 dias, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, no Maracanã, mas, em sites de compra, o objeto está sendo oferecido por até R$ 28 mil – chegando ao máximo de R$ 60 mil nas opções de leilão. O valor é bem superior ao preço original da peça, vendida por R$ 1.985 pelo Comitê Rio’2016 aos condutores que não foram selecionados pelos patrocinadores.
No Mercado Livre, um dos maiores sites de comércio eletrônico da América Latina, as tochas são oferecidas de R$ 4 mil até R$ 28 mil. No arremate, uma espécie de leilão do site, vendedores anseiam em vendê-la por até R$ 60 mil. São condutores de Minas Gerais e estados do Norte e Nordeste, por onde a tocha passou nos primeiros meses de revezamento, em maio e junho.
Até ontem, 10 tochas eram oferecidas no site, algumas delas acompanhadas do kit de patrocinadores, estojo e até foto da participação do condutor. Os motivos da venda são variados. “Custear despesas de viagem para participar em conferência na África do Sul”, descreve um vendedor de Palmas-TO. “Necessito por motivos de saúde”, justifica outro condutor, de Paulista-PE.
Ao todo, foram fabricadas 12 mil tochas para o revezamento, que começou em 2 de maio, em Brasília, e vai percorrer 327 cidades – sendo 20 mil quilômetros por terra, além de 16 mil quilômetros de avião –, até 5 de agosto, quando acenderá a pira olímpica, no Maracanã. Das 12 mil peças, quase a metade foi dada de presente pelos patrocinadores aos condutores escolhidos por eles, sendo 1.718 do Bradesco, 2.400 da Coca-Cola e 1.770 da Nissan. Os demais, selecionados pelas prefeituras e pelo Comitê Rio’2016, tinham a opção de comprar a peça que conduziram por R$ 1.985.
Desde o início da festividade, o revezamento da tocha por solo brasileiro foi marcado por bonitas imagens, mas também por polêmicas. Uma delas, a ausência de atletas olímpicos durante seu roteiro, o que obrigou o Comitê Rio’2016 a abrir um canal para que os ex-competidores se manifestassem caso quisessem participar do revezamento.
O preço da tocha também desagradou a alguns. Na semana passada, Raquel Endres, esposa do campeão olímpico no vôlei em Atenas’2004 Gustavo, publicou em uma rede social o recibo do cartão usado para comprar a tocha que o marido conduziu em Canoas-RS. “Eu comprei a tocha para o meu marido (contra a vontade dele) pois quis que ele tivesse em mãos este símbolo tão importante para atletas em geral”, escreveu. “Não seria meio que óbvio que atletas olímpicos que estão conduzindo a tocha tivessem direito de ganhar a tocha que conduziram neste evento sem ter que pagar o custo da mesma?”, desabafou.
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