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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Militares dizem ter tomado o poder na Turquia; presidente pede que a população vá às ruas.

As Forças Armadas da Turquia anunciaram nesta sexta-feira (15) que passaram a controlar o governo, em golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, que pediu a seus seguidores que desafiem os militares.
O anúncio é feito depois que os militares fecharam acessos à capital Ancara e a Istambul, interromperam o tráfego aéreo nas duas cidades e tomaram o controle de prédios do governo e dos meios de comunicação estatais.
Em discurso na TV, um porta-voz do grupo autointitulado “Conselho de Paz no País” afirmou que agiram devido “ao crescimento do terrorismo e do regime autocrático”, em referência ao mandatário, há 13 anos no poder.
O conselho militar disse que fará um “julgamento justo daqueles que traíram o país”, sobre as autoridades ligadas ao atual presidente. Eles declararam toque de recolher e lei marcial em todo o território turco.
Minutos antes, o comando das tropas disseram em nota que assumiram o comando turco “para proteger a ordem democrática e os direitos humanos”. Eles disseram que pretendem manter as relações exteriores existentes.
Três horas depois de os militares ocuparem as ruas, Erdogan se manifestou pela primeira vez. À emissora de TV CNN Türk, ele chamou os responsáveis pelo golpe militar de “um grupo minoritário”.
Ele exigiu o fim da ocupação pelos militares e conclamou os turcos a irem às ruas das principais cidades, em desafio às medidas do grupo que o tirou do poder. “Não vamos deixar espaço para eles”, disse.
Erdogan ainda acusou o líder religioso Fettullah Gülen, que faz oposição a seu governo, de estar por trás do golpe. Nos últimos anos, o presidente acusou diversas vezes o clérigo de organizar ações contra ele.
O paradeiro do presidente eleito, no entanto, continua desconhecido. Segundo o canal de TV CNN Türk, Erdogan está em um local seguro e a salvo e que se encaminha para Ancara nas próximas horas.
OCUPAÇÃO
Desde o início da noite as tropas impedem o acesso à capital Ancara e cercaram os principais prédios do governo. Ambulâncias também foram vistas na porta do quartel-general, onde o governo eleito diz ter havido um motim.
A agência de notícias estatal Anadolu informa que houve tiros no quartel-general, incluindo disparos efetuados a partir de um helicóptero. De acordo com a agência, o chefe do Estado-Maior, Hulusi Akar, é mantido refém.
Em Istambul, os militares fecharam com soldados e tanques as pontes que conectam os lados europeu e asiático da cidade e os acessos ao aeroporto internacional Mustafa Kemal Atatürk, alvo de um atentado em 28 de junho.
O tráfego aéreo nas duas cidades também foi interrompido e as tropas invadiram o prédio da TV pública na capital, motivo pelo qual o canal não transmite notícias sobre o golpe. O acesso ao Facebook e ao Twitter foi restringido.
Mais cedo, Binali Yildrim havia dito que houve um motim dentro das Forças Armadas e que orientou as forças de segurança a fazerem “o que for necessário” para manter a ordem no território turco.
“Alguém fez uma ação ilegal fora da cadeia de comando”, disse, sem mencionar que tipo de ação foi realizada pelos militares. “O governo eleito continua no controle do país e só sairá quando o povo dizer que é hora de irmos.”(Folhapress)

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