O corpo encontrado na tarde desta sexta-feira (4) nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo, é do homem que caiu com o edifício. A confirmação de que o cadáver é de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos, foi feita após exame nas digitais, que estavam intactas.
O cadáver foi levado ao Instituto de Criminalística e passou por exame de papiloscopia, que comparou suas impressões digitais com as de Ricardo que estavam registradas no banco de dados da Polícia Civil.
A vítima por pouco não foi retirada do prédio com vida. Os bombeiros tinham acabado de colocar o cinto de segurança para puxá-la para um prédio vizinho quando o edifício em chamas ruiu na madrugada da última terça-feira (1º).
Vizinhos contaram que, durante o incêndio, Ricardo já tinha saído do edifício, mas voltou para tentar ajudar os moradores dos andares mais altos, que estavam com dificuldade para sair.
O corpo foi retirado dos escombros no início da tarde desta sexta. Desde então, havia evidências de que se tratava mesmo de Ricardo.
Além de o cadáver estar com o cinto de salvamento, tinha tatuagens semelhantes às de Ricardo e vestia uma blusa azul com inscrição atrás, muito parecida com a que o homem usava no dia do incêndio.
Além de o cadáver estar com o cinto de salvamento, tinha tatuagens semelhantes às de Ricardo e vestia uma blusa azul com inscrição atrás, muito parecida com a que o homem usava no dia do incêndio.
O estado do corpo da vítima também indica também que ela despencou de uma grande altura. “Em princípio ele [corpo] sofreu pancadas, esmagamento. O corpo dele não sofreu alterações por conta do incêndio”, disse o tenente Guilherme Derrite logo após a localização do corpo. Inicialmente, os bombeiros encontraram a perna da vítima. O restante do corpo foi retirado em seguida, mas sem a cabeça.
Buscas
Segundo o major Max Mena, que atua nas buscas, um dos cães farejadores localizou o cadáver ainda na quinta-feira (3). “A cadela sinalizou o local ontem [quinta]. Equipes de buscas iniciaram trabalhos minuciosos. Hoje [sexta], após 22 horas, conseguimos encontrar o primeiro corpo.”
Segundo o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos bombeiros, depois que os cães identificaram o local, foram retiradas cerca de 10 toneladas de entulho na mão, sem auxílio de máquinas.
Desaparecidos
Com a descoberta do corpo de Ricardo, os bombeiros agora trabalham oficialmente com cinco vítimas desaparecidas: Selma Almeida da Silva; Welder, 9, filho de Selma; Wender, 9, filho de Selma; Eva Barbosa Lima, 42; Walmir Sousa Santos, 47.
Além de Selma e os filhos gêmeos dela, agora, as equipes buscam o casal Eva Barbosa Silveira, de 42 anos, e Walmir Souza Santos, de 47. Eles estavam no oitavo andar do prédio.
Na quinta-feira (3), as duas filhas de Eva, Edivânia da Silveira e Evaneide, buscavam informações sobre a mãe. Eva e o marido moravam no prédio e não foram vistos desde o desabamento.
“Eu penso que ela está aí, porque eu deixei ela aí. Ou então, se alguém tentou salvar ela, fui no hospital e não achei”, diz Evaneide.
Os familiares também serão encaminhados para o Instituto Médico-Legal para a realização de exame de DNA que poderá ajudar na identificação e liberação de possíveis corpos encontrados nos escombros.
Incêndio
O prédio Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, pegou fogo e desabou na região do Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, na madrugada de terça-feira (1º). O local era uma ocupação irregular, e moradores afirmaram que o fogo começou por volta da 1h30min no 5º andar e se espalhou rapidamente pela estrutura.
Peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo analisavam botijões de gás e outros objetos encontrados nos escombros para tentar descobrir como as chamas começaram. Na quinta-feira (3), os investigadores concluíram que o incêndio começou por causa de um curto-circuito em uma tomada usada por uma família.
O Sul.
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