Danos causados pelo ataque de EUA, França e Reino Unido ao Centro de Pesquisa de Barzeh, na Síria. (Foto: Reprodução) |
Balanços do Pentágono e de militares russos se contradiziam neste sábado (14) sobre o ataque de Estados Unidos, França e Reino Unido a instalações de armas químicas na Síria de sexta-feira à noite (13).
Enquanto Moscou afirmava que Damasco conseguira derrubar a maior parte dos mísseis disparados, generais americanos afirmavam que 105 artefatos foram lançados e que os objetivos haviam sido alcançados. Além disso, afirmavam que nenhum avião americano havia sido atingido pelas defesas antiaéreas sírias, que segundo eles disparavam sem alvo definido. Segundo o Pentágono, as baterias antiaéreas russas não foram disparadas.
Segundo os militares russos, as defesas aéreas sírias derrubaram 71 dos mísseis de cruzeiro lançados pelos EUA e seus aliados. O bombardeio anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, também na noite de sexta foi uma represália ao suposto ataque com armas químicas lançado no último sábado (07) contra Douma, na região de Ghouta Oriental, subúrbio de Damasco.
Conforme o governo dos EUA, as ações tiveram três alvos principais: uma instalação de pesquisa na capital Damasco e locais para suposto armazenamento de agentes químicos nos arredores da cidade de Homs, no Oeste da Síria. O general Keneth Mackenzie Jr, chefe de Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, acredita que o ataque alcançou “o coração” do arsenal químico sírio, onde eram desenvolvidos ou armazenados gases sarin e cloro. De acordo com Mackenzie, foram bombardeios “proporcionais, coordenados e precisos” e não há dados sobre mortes de civis.
“Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado França e Reino Unido por sua sabedoria e poder de seus bons militares. Não poderia ter melhor resultado. Missão cumprida!”, comemorou Trump em publicação na sua conta na rede social Twitter na manhã deste sábado.
“Nossos objetivos foram atingidos”, reforçou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, em entrevista à rede de TV BFM, acrescentando que se a “linha vermelha” traçada contra o uso de armas químicas pelo regime sírio for novamente cruzada, a França interviria mais uma vez.
O general russo Sergei Rudskoi, no entanto, afirmou que mísseis lançados contra outros alvos – em particular o aeroporto militar de al-Dumayr, uma base aérea também perto de Homs e a base de Shayrat, que já tinha sido alvo de ataque semelhante em abril do ano passado – foram interceptados. Ainda de acordo com ele, os ataques dos EUA e aliados não deixaram vítimas e provocaram apenas pequenos danos nas instalações militares da Síria.
Mas segundo o jornal britânico The Guardian, apesar de a Rússia ter fornecido à Síria um sistema antimísseis de curto alcance Pantsir S-1, o grosso das defesas antiaéreas do país tem pelo menos 30 anos, com alguns sistemas datando dos anos 1950 e 1960, dos tempos da antiga União Soviética.
O Sul.
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