Para a Polícia Civil, a principal hipótese para explicar a morte da transexual Ágatha Mont, de 26 anos, é a de que ela sofreu um infarto. Há uma semana, quando o corpo da universitária foi encontrado nu, com um vestido em volta do pescoço e ferimentos no rosto e nos braços, o caso havia sido registrado em Itapevi, Grande São Paulo, como assassinato de autoria desconhecida a esclarecer.
Mas a declaração de óbito dela feito pelo Instituto Médico Legal (IML), indicando que a causa da morte foi ‘insuficiência do miocárdio’, levou a investigação a considerar que o mais provável é que a estudante de artes visuais da Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU) teve morte natural.
A Delegacia de Itapevi aguarda o laudo necroscópico do médico legista, que deve manter a mesma conclusão da declaração de óbito, para anexar ao inquérito sobre a morte de Ágatha. Também é aguardado o resultado do exame toxicológico para saber se ela consumiu alguma droga, que possa ter contribuído para o mal súbito que teve.
Desse modo, a possibilidade de que a universitária foi vítima de crime de homicídio “perde força”, nas palavras que o delegado Marcos Antonio Manfrin disse na sexta-feira (10) ao G1.
Foi ele quem havia dito à reportagem, na segunda-feira passada, que investigava se a transexual tinha sido vítima de transfobia. A suspeita, naquela ocasião, era de que ela pudesse ter sido asfixiada.
“Não descarto essa hipótese dela ter sido morta, mas conversei com o médico que entregou a declaração de óbito à família para enterrar a estudante", explicou Manfrin. "Ele me falou que o laudo necroscópico deve seguir a mesma linha, de que Ágatha morreu em decorrência de um infarto”.
Mas como a polícia explica o rosto e os braços ensanguentados da estudante? “Nossos policias estão apurando, entre outras coisas, se a universitária foi jogada, quando já estava morta, de um carro em movimento, por exemplo”, respondeu o delegado à reportagem.
Se isso ocorreu, quem jogou o corpo cometeu crime, segundo o policial. “Se isso se confirmar, existe a possibilidade de ter ocorrido crime de vilipêndio de cadáver”, comentou Manfrin, que ainda não encontrou câmeras de segurança que possam ter gravado o momento em que Ágatha caiu no chão.
Glaciene Oliveira, amiga de Ágatha, contou nesta semana ao G1 que a transexual trabalhava como garota de programa nas ruas de Itapevi para poder pagar a faculdade de artes visuais que cursava no Centro Universitário da FMU, na Liberdade, região Central de São Paulo. Ela, no entanto, acredita que a estudante foi assassinada.
“Para mim, ela pode ter sido morta por um cliente ou até mesmo por outra transexual, numa briga pelo ponto, talvez”, disse Glaciene.
Do: G1 RN.
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