Para obrigar os policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME, equivalente ao Bope no Rio) que se apresentaram nesta tarde na Capitania dos Portos, unidade da Marinha em Vitória, a efetivamente voltar ao trabalho, o governo do Espírito Santo está usando helicópteros para levá-los à sede Batalhão (que está com as portas bloqueadas pelo movimento das mulheres) para pegar fardas e equipamentos e retornar à Capitania. Ao todo, 1.236 policiais militares se apresentaram no fim de semana.
A partir das 17h, os homens da tropa de elite da PM começaram a desembarcar de volta, já fardados e com armamentos, na unidade da Marinha.
Policiais favoráveis ao movimento de reivindicação de aumento salarial, mas que estavam fora dos quartéis por estarem de folga ou férias, também atenderam à convocação do comando-geral da PM para se apresentarem em pontos designados na capital e no interior, para não desobedecerem explicitamente ao comando. Mas se apoiavam no fato de estarem sem farda para justificar que não poderiam ir às ruas, mantendo apoio tácito ao movimento das mulheres.
Ao contrário dos policiais comuns, a quem o chamado mandava se apresentar em praças de Vitória, os membros do BME tiveram de entrar na Capitania dos Portos. Em mensagem por WhatsApp enviada a uma pessoa que se identificou como sua mulher, um membro do BME escreveu que os policiais estão se sentindo “sequestrados” dentro da unidade da Marinha, mas que “aqui não temos como recusar as ordens, se não é cadeia em presídio militar de 8 a 20 anos”.
Um dos policiais afirmou ao GLOBO antes de entrar na Capitania que o comparecimento ao chamado do comando-geral não significava abrir mão do apoio ao movimento de paralisação.
A distância entre a Capitania dos Portos, na Enseada do Suá, e a sede do batalhão, em Maruípe, é de a 4 quilomêtros.
Por Miguel Caballero e Pablo Jacob - O Globo.
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