Após mais de dez horas de reunião, terminou sem acordo a negociação entre mulheres de policiais militares e governo do Espírito Santo. Com isso, o motim de PMs irá para o sétimo dia nesta sexta-feira. O encontro foi realizado no Palácio Fonte Grande, uma das sedes do governo capixaba, em Vitória, e terminou após a 1h25.
No fim do encontro, mulheres representantes dos PMs saíram revoltadas. Elas afirmaram que o governo não sinalizou nenhum tipo de reajuste. O pedido dos policiais é reposição salarial de pelo menos 43%. PMs à paisana do lado de fora do prédio chamaram o governador Paulo Hartung, que está licenciado, de “bandido”. Um dos PMs disse que a categoria fará aquartelamento.
O governo estadual se demonstra irredutível. A alegação é de que o aumento pretendido pela categoria representaria um custo adicional de R$ 500 milhões nos gastos com pessoal, que levaria a um rombo nos cofres do Estado. Segundo o governo, o Executivo já ultrapassou o limite de alerta de despesas com pessoal (44,1% da Receita Corrente Líquida) estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O alegado impacto nos cofres públicos levou o governador licenciado do Estado, Paulo Hartung, afirmar na quarta-feira que o motim era uma “chantagem” e comparou o ato com um sequestro, dizendo que aceitar as exigências “seria como pagar um resgate”.
Os policiais militares estão paralisados desde sábado. O motim levou o caos ao Espírito Santo, que desde então registrou 113 homicídios e uma onda de saques e roubos. As aulas foram suspensas e o transporte público, quando funciona, é apenas de forma parcial.
Conteúdo O Estado de S.Paulo.
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