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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

PF indicia Cabral, Adriana Ancelmo e outras 14 pessoas.

A Polícia Federal no Rio de Janeiro finalizou nesta sexta-feira o inquérito da Operação Calicute, deflagrada em 17 de novembro, e indiciou 16 pessoas, entre elas o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e a mulher dele, Adriana Ancelmo. Na operação, foram presos Cabral e ex-secretários de sua gestão.

De acordo com a PF, o indiciamento feito por conta de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) são relativos aos crimes corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Serão instaurados ainda outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes da investigação. A PF concluiu também a perícia nas joias apreendidas na Operação Calicute e apontou que as 40 peças estão avaliadas em pouco mais de R$ 2 milhões.

Com o indiciamento, o Ministério Público Federal (MPF) deve oferecer denúncia nas próximas semanas no âmbito da Operação Calicute. Caberá ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, aceitá-la ou não.

Cabral está preso em Bangu 8 e divide a cela com outros cinco presos da Operação Calicute: os operadores Carlos Emanuel Miranda, o Carlinhos, e José Orlando Rabelo; o ex-secretário de Obras Hudson Braga; Luiz Paulo Reis, apontado como laranja de Braga; e o ex-assessor Paulo Fernando Magalhães. Todos seguiram o ritual de entrada no sistema carcerário e tiveram os cabelos raspados. Eles estão entre os indiciados pela PF.

O MPF chegou a pedir a prisão de Adriana, mas ela foi negada pelo juiz Marcelo Bretas. Com isso, ela foi levada coercitivamente para depor. Ela é suspeita de usar o próprio escritório para receber propina. A Justiça determinou o bloqueio de imóveis da mulher do ex-governador. Também foi determinado o bloqueio de R$ 1 bilhão de Cabral e outras cinco pessoas. Adriana foi indiciada por lavagem de dinheiro, pertencimento a organização criminosa e corrupção passiva.

De acordo com o MPF, o esquema de corrupção era chefiado por Cabral e teria desviado R$ 224 milhões em contratos do governo do Estado do Rio.

Cabral teve a prisão decretada também pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, por conta de susposto recebimento de propina nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As investigações no Rio se concentraram principalmente no recebimento de propina em três obras: PAC das Favelas, reforma do Maracanã e Arco Metropolitano. De acordo com delatores, Cabral pedia propina de 5% do valor das obras.
O Globo.

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