A situação dos pequenos e médios produtores do Rio Grande do Norte é delicada. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do RN (Faern), José Vieira, a crise de recursos hídricos gerou uma cadeia de eventos que têm agonizado a produção.
“Os pequenos e os médios produtores estão completamento abandonados pelo governo federal. Não existe nenhuma política adequada, principalmente para o semiárido. Eles só recebem visita de oficial de Justiça cobrando dívidas de despesas que não puderam honrar por causa da seca. Contraíram dívidas para produzir, veio a seca, não houve produção, vieram as dívidas, que agora estão sendo executadas. Eles estão perdendo as propriedades e as pessoas em seu entorno estão perdendo seus empregos”, sintetizou o presidente da Faern.
Embora ele não tenha conseguido estimar quantos são os produtores nessa situação, José Vieira foi assertivo sobre os valores das dívidas do setor produtivo agrícola.
“Estamos falando de um passivo em torno de R$ 3 bilhões. Esse é o valor de toda a dívida agrícola do RN que venceu ou que vai vencer”, informou o empresário.
À situação, se soma o quadro de instabilidade na política e na economia, desembocando na multiplicidade de inseguranças jurídicas.
“Não dá para falar em uma insegurança jurídicas. É no plural mesmo. No seguro agrícola, o governo está dizendo que vai diminuir os valores. O plano agrícola que vai ser lançado nesse ano deve sofrer redução sobre sua ampliação e, para completar, as taxas de juros estão aumentando”, reclamou José Vieira.
Preocupa ainda mais a intenção do governo em taxar as exportações dos produtores. No Rio Grande do Norte, o setor que exporta é o que mais tem conseguido lidar com as adversidades. Atualmente, com alto do dólar, o lucro cresceu se igualando a patamares de anos anteriores.
“Mas existe um movimento do governo federal querendo taxar as importações do agronegócio brasileiro. Isso é um desastre. A própria Argentina desonerou agora 100% dos produtos de exportação. Se o Brasil fizer isso no setor que vem gerando o PIB e balança comercial, é desastre para o setor produtivo”, prevê Vieira.
Por Dinarte Assunção Portalnoar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário