Maria Lúcia acusa o parlamentar de, em seguida, desabotoar a calça e ir atrás dela “com o pênis ereto”. Ainda em depoimento, a empregada afirma que a filha, a mulher e dois assessores de Tiririca presenciaram a cena e “riam do ocorrido”. “Por fim, pediu ajuda para a filha do casal e ela empurrou o pai, que veio ao chão”, relatou Maria Lúcia.
A ex-empregada afirmou que, na mesma semana, foi com a família para Fortaleza, onde ficou durante oito dias cuidando da filha do casal. No Ceará, eles teriam ficado hospedados em um sítio do deputado. À Polícia Civil do DF, Maria Lúcia disse que “a família fez festas todos os dias; que sempre que a declarante passava perto de Francisco ele dizia: ‘vou te comer’, passava a mão no cabelo da declarante e nas nádegas. Várias vezes Francisco dizia: ‘você vai gostar, meu pau tem a cabeça muito grande, se experimentar, vai gostar”.
Provas destruídas
Segundo Maria Lúcia, provas contra o deputado foram destruídas pelo próprio parlamentar durante um passeio na praia, quando Tiririca teria pedido o celular dela emprestado. “Ao subir em uma lancha, [o deputado] caiu no mar com o celular. A depoente acredita que ele tenha feito isso de propósito, pois no celular havia um vídeo em que Francisco falava algumas besteiras para a declarante”, conforme consta em trecho do depoimento de Maria Lúcia.
Segundo Maria Lúcia, provas contra o deputado foram destruídas pelo próprio parlamentar durante um passeio na praia, quando Tiririca teria pedido o celular dela emprestado. “Ao subir em uma lancha, [o deputado] caiu no mar com o celular. A depoente acredita que ele tenha feito isso de propósito, pois no celular havia um vídeo em que Francisco falava algumas besteiras para a declarante”, conforme consta em trecho do depoimento de Maria Lúcia.
Ainda em Fortaleza, a funcionária disse que foi procurada pela esposa de Tiririca, que teria dito que o deputado federal fazia aquilo “porque gostava dela”. Maria Lúcia, então, teria respondido que não era “puta nem piranha”. Assim que a família voltou para Brasília, a empregada foi demitida. Segundo ela, a mulher do deputado a acusou de extorsão após saber da citação trabalhista feita contra o parlamentar em março deste ano.
Extorsão
A ocorrência sobre a suposta extorsão foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), em 3 de maio deste ano, pela esposa de Tiririca, Naná da Silva Magalhães. Segundo a mulher do parlamentar, a tentativa de extorsão teria ocorrido em junho de 2016 na casa onde o deputado mora, na Asa Norte, um mês depois da data em que Maria Lúcia diz ter sido assediada.
A ocorrência sobre a suposta extorsão foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), em 3 de maio deste ano, pela esposa de Tiririca, Naná da Silva Magalhães. Segundo a mulher do parlamentar, a tentativa de extorsão teria ocorrido em junho de 2016 na casa onde o deputado mora, na Asa Norte, um mês depois da data em que Maria Lúcia diz ter sido assediada.
Aos policiais civis, Naná disse que a ex-funcionária trabalhou para a família durante quatro meses, entre março e junho de 2016, e que foi demitida por “fazer uso de bebida alcoólica durante a jornada de trabalho”. À época, ela recebia R$ 1,2 mil de salário.
Ainda segundo a ocorrência registrada por Naná, Maria Lúcia teria pedido R$ 100 mil quando foi dispensada pela família, “caso contrário prejudicaria o casal”. De acordo com a mulher do deputado, todas as verbas trabalhistas foram devidamente quitadas quando a doméstica parou de trabalhar na residência do casal.
Após sair do emprego, Maria Lúcia foi à Justiça do Trabalho contra Tiririca e sua mulher, acusando o parlamentar de ter praticado assédio sexual. Maria Lúcia pediu indenização por danos morais no valor de 100 vezes o seu salário enquanto doméstica — um total de R$ 120 mil. A ação tramita na 21ª Vara do Trabalho de Brasília, sob segredo de Justiça. Já a ocorrência registrada na 10ª DP com os dois depoimentos foi enviada ao STF.
O outro lado
Procurada pela reportagem, Maria Lúcia confirmou a existência do processo, mas não quis se manifestar a respeito das acusações ao parlamentar. Os advogados dela não atenderam às ligações, mas, na petição enviada à Justiça trabalhista, José Orlando de Amorim afirma que a conduta de Tiririca “feriu de morte a liberdade sexual, a livre disposição sobre o próprio corpo e, sobretudo, a dignidade da ex-empregada doméstica da família, desenvolvendo nela [Maria Lúcia] sequelas de natureza psicológicas gravíssimas e, quiçá, incuráveis”.
Procurada pela reportagem, Maria Lúcia confirmou a existência do processo, mas não quis se manifestar a respeito das acusações ao parlamentar. Os advogados dela não atenderam às ligações, mas, na petição enviada à Justiça trabalhista, José Orlando de Amorim afirma que a conduta de Tiririca “feriu de morte a liberdade sexual, a livre disposição sobre o próprio corpo e, sobretudo, a dignidade da ex-empregada doméstica da família, desenvolvendo nela [Maria Lúcia] sequelas de natureza psicológicas gravíssimas e, quiçá, incuráveis”.
Em contestação apresentada no processo, a defesa do deputado federal e de sua mulher, patrocinada por Fernando Albuquerque, nega todas as acusações. O advogado diz que Maria Lúcia tenta utilizar o estereótipo do “personagem Tiririca” para atribuir ao parlamentar os mesmos comportamentos na vida pessoal e privada.
Segundo Albuquerque, nos palcos Tiririca interpreta um palhaço com vocabulário por vezes chulo, mas isso não significa que ele traga para sua vida pessoal o comportamento do personagem. “Ao contrário, é uma pessoa centrada, pai dedicado, homem conhecedor da sua importância política e que representa o país, talvez, melhor que muitos médicos, advogados e promotores de Justiça eleitos”, ponderou.
Ao Metrópoles, o advogado do deputado informou que se trata de um processo que está em sigilo e, por isso, não pode comentar. A reportagem tentou falar com a assessoria de imprensa de Tiririca, mas as ligações não foram atendidas.
Com informações clickpolitica.com.br
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