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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Centrais sindicais vão cobrar promessas de alterações de Temer.

Centrais sindicais vão cobrar do governo as promessas de alterações no texto da reforma trabalhista feitas antes da votação no Senado. Segundo o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, sindicalistas vão se reunir com o presidente Michel Temer e com o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, na semana que vem para retomar as discussões – mudanças no texto aprovado ontem poderão ser feitas por medida provisória.
Entre os principais pontos a serem cobrados estão a homologação da rescisão, que no texto da reforma deixa de ser obrigatória; o trabalho intermitente, com contrato sem horário fixo; a vedação ao trabalho de gestantes e lactantes em local insalubre; e a contribuição sindical, um dos temas mais polêmicos. “Chegaram a dizer que estávamos vendendo os direitos do trabalhador para garantir o custeio dos sindicatos, mas é mentira. Precisamos de recursos para trabalhar. Quem, voluntariamente, vai pagar o imposto sindical? Se não fosse obrigatório, quem pagaria o imposto de renda”, diz Patah.
Amanhã, as centrais devem se reunir para discutir como será a atuação daqui para frente, de acordo com João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. “Durante as discussões sobre o projeto tivemos como interlocutores o ministro do Trabalho e o presidente Temer. Agora, vamos continuar conversando com eles. O governo fez mais que promessas, há documentos”, afirma.
Segundo Juruna, há duas vertentes entre os sindicalistas sobre como deve ser feita a contribuição sindical: como é hoje, com a contribuição obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, e a negocial, em que o valor a ser pago seria negociado com as categorias em assembleia – esse segundo modelo é o defendido pela Força. Há ainda uma outra possibilidade em discussão, que prevê a extinção gradual da contribuição sindical, para que as entidades possam se organizar.
O dirigente esteve em Brasília ontem e acompanhou o início do dia conturbado no Senado. “Tentamos entrar das 9h às 11h”, conta. Recebidos pelo senador Lindbergh Farias (PT/RJ), os sindicalistas conseguiram entrar no plenário, onde, segundo Juruna, ficaram cercados pela Polícia Legislativa. “Foi uma medida exagerada.”
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, disse que o movimento contra a reforma vai continuar. “Vamos colocar painéis em todos os grandes pontos de concentração nos Estados, expondo os votos dos senadores e senadoras.” Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Nobre esteve ontem de manhã na manifestação contra a reforma que bloqueou a pista lateral da Rodovia Anchieta, no sentido litoral. Participaram funcionários das quatro montadoras com sede em São Bernardo – Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz e Scania.
Agência Estado.

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