A temporada de convenções partidárias para as eleições de 2018 começa nesta sexta-feira, com a do PDT, que será realizada em Brasília. No entanto, os principais pré-candidatos à Presidência ainda não conseguiram anunciar seus vices e enfrentam dificuldades para fechar o quadro de alianças. Por isso, a maioria das legendas deixou suas convenções para a última hora, na primeira semana de agosto. Entenda o que está emperrando as alianças partidárias:
Cláusula de barreira
Pela primeira vez, os partidos terão que atender a critérios mínimos de desempenho para ter direito a verbas do fundo partidário. Por isso, as legendas têm como prioridade, neste ano, eleger as maiores bancadas possíveis no Legislativo. Nesse cenário, algumas resistem a fechar coligações porque entendem que teriam que abrir mão de eleger parlamentares próprios para abrir espaço a nomes de outros partidos coligados.
Financiamento de campanha
A eleição de 2018 será a primeira sob as novas regras de financiamento. Com a proibição das doações de empresas, os candidatos terão que contar apenas com as verbas dos fundos eleitoral e partidário, além das doações de pessoas físicas. Por isso, os partidos resistem a empregar recursos nas campanhas presidenciais e optam por priorizar as eleições proporcionais.
Aspectos regionais
Diante da indefinição do cenário nacional, as articulações regionais dos partidos estão num estágio mais avançado. As peculiaridades em cada estado são, em alguns casos, entraves a alianças nacionais.
Fim da polarização
Desde 1994, as eleições presidenciais no Brasil giraram em torno da polarização PT x PSDB. Em 2018 os dois enfrentam desgastes por denúncias de corrupção e correm o risco de ficar de fora do segundo turno. Partidos que sempre gravitaram em torno das duas legendas agora avaliam que rumo tomar.
Bolsonaro
Por enquanto, não conseguiu fechar nenhuma aliança. Tentou um acordo com o PR para ter como vice o senador Magno Malta, mas ele preferiu disputar a reeleição. Chegou a anunciar que o general Augusto Heleno seria seu vice, mas o partido do militar, o PRP, vetou a coligação alegando que sua prioridade são os acordos regionais. Se ficar com uma chapa puro-sangue, deve ter apenas 8 segundos de tempo de TV.
Ciro Gomes
Sua prioridade é fechar aliança com o PSB, mas o partido ainda não decidiu se apoia o pedetista, fica neutro ou fecha aliança com o PT. O diretório de Pernambuco, estado chave para o PSB, defende aliança com o PT, em troca de apoio à candidatura do governador Paulo Câmara à reeleição. No campo da esquerda, também corteja o PCdoB que, por enquanto, mantém a candidatura de Manoela D’Avila à Presidência. Ciro tenta ainda se aproximar dos partidos do centrão (DEM, PP, SD, PRB e PR).
Marina Silva
A Rede não fechou aliança com nenhum partido e deve partir para uma chapa puro-sangue. A própria pré-candidata, Marina Silva, resiste a buscar coligações e não se movimentou para atrair antigos aliados, como o PPS.
Geraldo Alckmin
Já recebeu oficialmente o apoio de PTB e PSD e conta com a confirmação de alianças com PPS e PV. O DEM, aliado histórico, decidiu atuar em bloco com outros partidos do centrão, que avaliam se apoiam Alckmin ou o pedetista Ciro Gomes.
PT
O partido insiste em manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como seu pré-candidato, apesar de ele estar preso e inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Tenta atrair aliados históricos como PSB e PCdoB. Os nomes apontados como possíveis alternativas a Lula – o ex-prefeito Fernando Haddad e o ex-governador Jaques Wagner – não passam de 2% nas pesquisas de intenção de voto.
O Sul.
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