Fotos

Fotos

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Integrantes da cúpula da Procuradoria-Geral da República e ministros do Tribunal de Contas da União recebem auxílio-moradia mesmo tendo imóveis próprios onde trabalham.

Integrantes da cúpula da PGR (Procuradoria-Geral da República) e ministros do TCU (Tribunal de Contas da União), órgãos de controle e fiscalização, recebem auxílio-moradia dos cofres públicos mesmo tendo imóvel próprio no Distrito Federal, onde trabalham.
Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo em cartórios e contracheques, eles recebem a ajuda extra de R$ 4.378 por mês, além do salário, sendo que alguns têm até mais de uma casa em Brasília.
No TCU, três de nove ministros ganham o benefício mesmo tendo propriedade na capital federal. Na PGR, são dez membros da atual cúpula que estão na mesma situação. O levantamento considerou subprocuradores-gerais da República, além da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, e de seus dois vices. Procurados via assessoria dos órgãos, procuradores e ministros não se manifestaram. Tanto PGR quanto TCU dizem que os pagamentos seguem a lei.
Entre os beneficiados estão o presidente do TCU, Raimundo Carreiro, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, e outros subprocuradores, como Ela Wiecko, Geraldo Brindeiro e Nicolao Dino, que disputou a vaga de sucessor de Rodrigo Janot, procurador-geral até setembro do ano passado.
Medeiros, por exemplo, tem em seu nome três apartamentos em Brasília. Carreiro é proprietário de duas quitinetes e de um apartamento. Apenas um dos nove ministros do TCU não utiliza nenhum tipo de ajuda, por ser casado com uma ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que já é favorecida pela verba. Além dos três que têm auxílio-moradia, outros cinco ocupam imóveis funcionais.
O TCU é órgão auxiliar do Congresso no controle externo do governo federal e, segundo a própria instituição, tem a missão de ser “ser referência na promoção de uma administração pública efetiva, ética, ágil e responsável”. A PGR representa a cúpula do Ministério Público, instituição definida na Constituição como “essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
Reportagens veiculadas nos últimos dias têm mostrado que pagar auxílio-moradia a beneficiados que têm imóvel próprio ou patrimônio elevado é uma prática no Judiciário, Executivo e Legislativo. Na cúpula do Judiciário, 26 ministros do STJ, do Tribunal Superior do Trabalho e do Superior Tribunal Militar fazem parte da lista. No Executivo, ministros milionários do governo Michel Temer recebem ajuda para morar e para comer.
Raquel Dodge
Até agosto do ano passado, Raquel Dodge também era uma das beneficiárias do auxílio-moradia. Antes de assumir o cargo de procuradora-geral, no entanto, solicitou a suspensão. Em seu pedido para abrir mão, ela disse não ter problema com a ajuda pública aos colegas procuradores.
Segundo a ONG Contas Abertas, a estimativa de gastos com o auxílio-moradia no Judiciário e no Ministério Público em todo o País soma R$ 5 bilhões desde 2014.
O Sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário