Som ambiente alto, celulares guardados em caixas ou em salas separadas e até ordem para retirar os paletós. Essas são algumas das artimanhas que estão sendo usadas por alguns dos políticos em Brasília para escapar à epidemia de grampos e escutas que tomou contra dos corredores do poder nos últimos meses.
De acordo com reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, as estratégias já são usadas por ministros, senadores e até no gabinete presidencial.
Um ministro que recebeu um jornalista, por exemplo, só conversou após colocar jazz para tocar, ligar a televisão e ver se as cortinas estavam fechadas. “Só recebo gente assim”, disse.
No gabinete presidencial, de acordo com a reportagem, celular não entra. Os visitantes têm que deixar os aparelhos em uma antessala e só os recebem de volta na saída.
Já na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos políticos que apareceram nas gravações do ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, a situação é tratada de forma irônica. “Bem-vindo ao Big Brother Brasil”, teria dito Renan ao receber um senador, se referindo ao programa em que participantes de um reality show ficam confinados em uma casa cercada por câmeras.
O mais irônico é que o próprio Machado dava dicas de segurança sobre como prevenir escutas. Ao amigo de infância, o ex-presidente José Sarney, Machado teria dito que os celulares, mesmo desligados, podem ser usados para gravar conversas e recomendava que os aparelhos ficassem longe do onde as conversas aconteciam. Segundo a reportagem, Sarney está abatido com a “traição” do ex-amigo.
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